Antonio Carreiro

Mestre e Doutor em Ciências pela Universidade Federal da Bahia. Atua como professor em cursos de graduação e pós-graduação. Pesquisador incansável percorreu durante a sua evolução intelectual e profissional caminhos mais diversos, porém do estudo da Hipnose e das Psicoterapias nunca se afastou. A complexidade da mente humana sempre foi seu maior fascínio, principalmente as hipóteses que são difíceis de explicações dentro do paradigma científico vigente. Sobre o hipnotismo Carreiro realizou pesquisas, publicou livros, artigos, textos e participou de várias entrevistas em rádios, jornais e televisão em programas como Globo Repórter e Fantástico. É apontado pela imprensa como desmistificador do tema.
Carreiro iniciou carreira docente em 1974 no IFBA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, transferido em 1986 para a Escola Politécnica da UFBA e, em 2001, foi para a Faculdade de Educação, requerendo aposentadoria do Serviço Público Federal em 2003. No período de 2000 a 2006, foi Professor das Faculdades Jorge Amado. Em 1992 ingressa na carreira docente da UCSal onde, atualmente, é Professor Adjunto, lecionando na graduação e pós-graduação. Em sua trajetória profissional ministrou as disciplinas: Psicologia das Organizações, Controle de Processos, Instrumentação, Ética, Metodologia da Pesquisa, Direito de Informática, Legislação & Normas de Segurança no Trabalho, Direito Previdenciário, Direito Ambiental, Políticas e Legislação da Educação Brasileira, entre outras. Atuou nos Cursos de Graduação em Direito, Administração, Ciências Físicas e Biológicas, Informática, Sistema de Informação, Instrumentação Industrial, Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Gerenciamento Ambiental, Psicanálise Integrativa e Tecnologia da Educação; não apenas na regência de classe, mas também na Gestão de Processos e Instituições Educativas como Coordenador de Curso e Chefe de Departamento. Participou como Examinador e Orientador de Teses, Dissertações e Monografias e na elaboração de PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional e PPI - Projeto Pedagógico Institucional. Atua, em todo o país, como avaliador em comissões designadas pelo MEC/SINAES/INEP em processos de autorização e reconhecimento para Curso de Graduação em Direito. Publicou artigos, monografias, dissertação, tese e livros. É Diplomado pela Federação das Academias de Letras e Artes como membro efetivo da Academia de Cultura da Bahia.

domingo, 14 de junho de 2009

Apresentação do livro Hipnose e Psicoterapia: Etiologia e práxis

APRESENTAÇÃO E INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - HIPNOSE: FILOSOFIA, CIÊNCIA, RELIGIÃO
Noção de physis e casualidade
O Arkhé e o kosmos
O Logos e o Crítico
Filósofos Eclesiásticos
A ciência Experimental
Método Cartesiano-Newtoniano
Ciência Sistêmica ou Holística
Hipnoterapia e Ciência
Mito, Rito e Religião
Transe e religiosidade
Vegetais hipnóticos
Religiões ayahuasqueiras
Transe e sincretismo
Padres hipnotistas
Hipnose e reencarnacionismo

CAPÍTULO II - HISTORIA DA HIPNOSE E DA HIPNOTERAPIA
Magnetismo e mesmerismo
Mesmerismo e sonambulismo
Magnetismo e kadercismo
Mesmerismo e psiquiatria
Mesmerismo e anestesia
Mesmerismo e sugestão
Brandismo
Hipnodontia
Hipnoterapia
Sugestão pós-hipnótica
Hipno-análise
Hipnose e histeria
Hipnose e psicanálise
Hipnose e fisiologismo
Auto-hipnose

CAPÍTULO III - ETIOLOGIA DA HIPNOSE
Hipnose é projeção
Hipnose é sugestão
Sugestão é prestigio
Hipnose é sono
Entrega amorosa
Mamadeira hipnótica
Gênero dramático
Hipnose como dissociação
Hipnose é normal
Exclusão psíquica relativa

CAPÍTULO IV - PRÁXIS DA HIPNOSE
Técnicas de indução
Métodos de indução
Método de Bernheim
Método de Moss
Método de Kuehner
Método de Erickson e Wolberg
Método de autovisualização
Método da estrela
Método de Carreiro
Testes de suscetibilidade
Hipnose de palco
Hipnose, hiperestesia e clarividência
Regressão hipnótica
Hipnose acordada

CAPÍTULO V - A PESQUISA DE CAMPO
Análise dos dados
Sintomatologia do transe
O transe hipnótico
Testes de eficácia
Saída do transe
Suscetibilidade à indução
Formulação da sugestão
O ambiente das sessões
A ética e a legalidade na hipnose
Categorias de hipnotistas
O poder do hipnotista
Janela da Alma

CAPÍTULO VI - ASPECTOS ESPECIAIS DA HIPNOSE
Hipnose e Comunicação
Propaganda subliminar
Merchandising
Sugestão desejada e indesejada
Hipnose contra vontade
Hipnotizadores negativos
Hipnose no Direito
Hipnose e psicopedagogia
Psicologismo na Educação
Psicologia da gestalt
Teoria topológica
Fenomenologia existencial
Epistemologia genética
Teoria Histórico-social
Educação humanista
Educação como prática política

CAPÍTULO VII - HIPNOTERAPIA E OUTRAS PSICOTERAPIAS
Gestalt-terapia
Terapia centrada na pessoa e topológica
Teoria de Vygotsky
Teoria de Reich
Teoria organísmica
Filosofia fenomenológica
Filosofias orientais
Outras concepções

CAPÍTULO VIII - AUTO-HIPNOTERAPIA
Prática da auto-hipnose
O relaxamento
Testes e Métodos para a auto-hipnose
Tipos de matrizes
Saúde e estética do corpo
Ativadora da memória
Solução da gagueira
Supressão e alívio da dor

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

APRESENTAÇÃO

Esta publicação representa o desejo do autor de informar, discutir, refletir, produzir conhecimento e, principalmente, ampliar a discussão acadêmica sobre um tema que, embora antigo, ainda é bastante desconhecido. Trata-se de uma dissertação; seu conteúdo resulta de uma investigação produzida de forma sistemática e metodológica, rigorosamente cientifica. Tem como objetivo maior conceituar em tese o significado do hipnotismo, conhecer o processo de produção do transe hipnótico, identificar, classificar e esclarecer a sintomatologia e efeitos, além da sua relação com outras formas de psicoterapias.
Esta leitura elucida noções equivocadas acerca do tema do hipnotismo e apresenta um conjunto de dados que, de alguma forma, envolve a interdependência do transe hipnótico com várias manifestações humanas que são analisadas através da intricada rede de causas intermediárias entre a emoção e a razão (inconsciente e consciente). Esclarece conceitos e confronta opiniões, demonstra como as controvérsias e coincidências das diferentes escolas atuais têm raízes históricas. Explora idéias e teorias que são necessárias, cooperativas e seqüenciais para facilitar, a cada passo, a reflexão de conceitos e considerações apresentadas ao longo da leitura.
O autor comprova que a hipnose abrange um campo muito vasto e que sempre aparecem ramificações do seu efeito na maior parte das atividades humanas. A amplitude e a profundidade de como trata o assunto são explicitas na extensa lista de títulos bibliográficos utilizados que, somada ao conhecimento prático do autor, transformam esta obra em uma grandiosa fonte de pesquisa para esta complexa área do saber. Revela o que é a hipnose a partir da evolução histórica de diversas teorias quando faz referências a mais de cento e cinqüenta autores, por isso, torna-se de interesse particular para o meio acadêmico que não dispõe com facilidade de uma bibliografia que trate dessa temática de forma tão abrangente.
Partindo do pressuposto que sem comprovação empírica qualquer pensamento, por mais embasado que seja, é apenas uma hipótese, o autor realizou uma pesquisa de campo na cidade de Salvador, na Bahia, entre 1997 e 2002, com a participação de 1.984 voluntários, em 400 sessões de hipnose. Descreve neste livro os procedimentos metodológicos utilizados e explica como aplicou o rigor cientifico e efetuou a análise qualiquantitativa, confrontando os dados teóricos e práticos coletados na fase da investigação. Apresenta as conclusões as quais chegou e formula sua tese, sustentando através de uma série de observações diretas e da análise das respostas de 500 questionários, aplicados para quem durante o transe apresentou sintomatologia mais completa, além de 100 entrevistas para esclarecer questões não amplamente respondidas pelos questionários.
Para realizar a pesquisa, o levantamento bibliográfico e a construção referencial teórico foram favorecidos pela intensa dedicação do autor, no decorrer de mais de 30 anos, pela leitura teórica e pela prática da hipnose. Isso em muito contribuiu para definir a metodologia e estabelecer, com clareza, os objetivos alcançados através da aplicação das técnicas e dos métodos de investigação.
Para melhor descrever o transe hipnótico em suas diferentes formas de produção, ocorreu ligeira ampliação da área temática e do campo empírico da pesquisa. Foram realizadas incursões teóricas e observações in loco em comunidades declaradas religiosas, todas reconhecidas e legalizadas. Isto permitiu ao autor, motivado pelo senso de investigação, ser submetido a algumas práticas de rituais para fundamentar uma descrição precisa dos acontecimentos, procedimentos e sensações. Pesquisou como é feito e experimentou a ação do vinho da jurema em terreiros de candomblé na Bahia e participou do processo de produção e do consumo do chá ayahuwasca na Região Amazônica, principalmente no Estado de Rondônia, Acre e na Bolívia. Tanto o chá como o vinho são considerados como desencadeadores de transe hipnótico.
Através dos dados levantados a leitura confronta escolas e correntes de pensadores, aponta controvérsias e coincidências, separa fatos de opiniões, tendo como principal objetivo facilitar o leitor refletir e se definir pela sua própria descoberta. O autor primou por manter a postura de investigador absolutamente cientifico, tanto na fase da pesquisa como na redação da comunicação final dos resultados. Procurando demonstrar sempre neutralidade axiológica, em nenhum momento teve a pretensão de ser doutrinário ou dogmático, contestar ou validar credos, religiões, filosofias, idéias ou teorias.
Outra preocupação do autor na fase da comunicação dos resultados da investigação foi não limitar a informação e, ao mesmo tempo, facilitar a compreensão do texto. Para isso, optou por uma redação que apresenta aspectos pedagógicos essenciais; de modo claro, didático e bem fundamentado. Descreve de forma precisa e justifica com profundidade teórica as técnicas, métodos e procedimentos específicos para obtenção do transe. Assim, acredita que incentiva a leitura até o final e gera o desejo por mais conhecimentos, o que pode transformar o leitor não apenas em um hipnotista hábil, mas também com amplo conhecimento teórico do assunto.
No decorrer da dissertação, algumas questões apresentadas são polêmicas por haver fatos no hipnotismo sobre os quais ainda não se chegou a uma conclusão clara. Por isso, seu estudo envolve uma reflexão antropológica e evolutiva do conhecimento e expõe os paralelos paradigmáticos da ciência. Demonstra o conflito entre a percepção mecanicista-reducionista e a sistêmica e propõe uma revisão dos pressupostos conceituais conhecidos. Reflete sobre as exigências de uma abordagem multidimensional do ser humano para entendê-lo de forma menos fragmentária.
Considerando que a base semiológica não é suficiente para esclarecer todos os pontos sobre a prática da hipnose e das principais psicoterapias, o autor busca sustentação em teorias subjacentes quando recorre à leitura da evolução do pensamento filosófico, cientifico e religioso. Neste aspecto, apresenta uma revisão literária que tem como objetivo apontar a gênese do misticismo que ainda persistem na atualidade.
Ao concluir, descreve a auto-hipnoterapia como sendo uma ferramenta poderosa na solução de muitos conflitos, não deixa dúvidas de que a hipnose é uma forma válida para superação de certos problemas que afligem o corpo e a mente humana. E, mais uma vez, desmistifica o poder atribuído às coisas externas ou sobrenaturais para solucionar conflitos humanos que prejudicam, em muito, a qualidade de vida, sem ao menos se buscar antes soluções naturais e em si mesmo.
Para melhor exposição do tema, a estruturação do conteúdo de estudo foi dividida em 8 capítulos:
O primeiro capítulo faz parte do campo teórico da pesquisa e é propedêutico, apresenta breve análise da evolução do pensamento, do mítico ao filosófico e científico, como base para o estudo da história da hipnose e seu envolvimento com rituais religiosos e místicos.
O segundo desenvolve o campo teórico específico, apresenta um desfile histórico-cronológico dos autores clássicos do hipnotismo. As principais obras citadas neste capítulo são de domínio público e estão disponíveis gratuitamente no site da Biblioteca Nacional da França.
O terceiro capítulo complementa o referencial teórico e trata da etiologia da hipnose. Analisa através das diferentes correntes de pensadores e cientistas como se desenvolve o transe hipnótico, apresenta as técnicas e os métodos de indução e seus efeitos práticos.
O quarto capítulo é dedicado à práxis, é um preâmbulo para a interpretação da pesquisa de campo realizada pelo autor. Seu principal objetivo é conhecer, passo a passo, como de fato se pratica a hipnose e como ela se apresenta e descreve situações que permitem desencadear sua ocorrência.
O quinto versa sobre a pesquisa de campo e disserta sobre as observações diretas do autor, a metodologia utilizada, como procedeu ao tratamento dos dados, a análise e os resultados para fundamentar o que considera como sintomatologia do transe e os diferentes níveis de aprofundamento. Apresenta conceitos novos sobre o tema e, além de desenvolver um método inédito de indução, descreve o que entende como explicação conceitual da hipnose e denomina como sendo um momento em que o ser humano entra em contato com sua essencialidade.
O sexto capítulo é um desdobramento de toda a pesquisa realizada. Envolve o estudo do hipnotismo em situações naturais do cotidiano e sua presença em áreas específicas, como na Mídia, no Direito e na Educação. Inclui neste último aspecto a hipnose como possível parte da Psicopedagogia.
O sétimo capítulo reforça a tese de que a hipnose pode ser validada como um procedimento terapêutico. Compara a hipnoterapia com modernas teorias e práticas das principais psicoterapias conhecidas, demonstrando semelhanças e diferencias.
O oitavo e último capítulo descreve o que considera o autor como mais um aporte da pesquisa. É dedicado à auto-hipnoterapia, representa na prática a soma dos conhecimentos estudados nos capítulos anteriores. Este aspecto é de grande importância para o leitor que busca soluções para problemas existenciais, principalmente problemas de caráter psicoterapêutico.
No geral, após a leitura e rápidos exercícios, o livro esclarece como funciona a hipnose e a auto-hipnose, como sua execução é bem simples e como os bons resultados são surpreendentes. Porém, bem mais importante talvez seja o fato de reafirmar e exemplificar, o tempo todo, que cada ser humano traz dentro de si o dom da autocura e é capaz de viver bem e ser feliz, mesmo na adversidade.
O conteúdo aqui escrito, além de passar informação, pretende contribuir para a construção do conhecimento e desenvolver a capacidade de não apenas instigar questionamento, mas também oferecer o instrumental que permitirá solucionar esses próprios questionamentos. Por isso é bom que seja relido várias vezes porque a cada nova leitura o texto sempre apresenta surpresas e induz novas descobertas.
Por fim, recomenda o autor que, para obter melhor domínio sobre o tema e evitar conclusões precipitadas, é aconselhável uma leitura seqüencial e que as reflexões ocorram na medida em que seja vencido cada capítulo. Também aconselha que este livro deva ser lido sem preconceito, mas com espírito crítico, separando os fatos das opiniões.
 
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